O primeiro dia na escola é sempre difícil.
Não à toa, ganhou até um nome: adaptação.
Adaptação dos filhos, que chegam a um ambiente novo, diferente e desconhecido.
E adaptação dos pais, que também sofrem com a ansiedade e o medo da reação da
criança. A adaptação escolar é exatamente esse tempo dado às crianças (e aos
pais) para que se acostumem à nova rotina.
O ideal é que a criança vá para a
escola por volta dos dois anos, pois é uma idade em que a convivência com
outras crianças passa a ser mais estimulante. Mesmo do ponto de vista médico, o
indicado é que a criança fique em casa até completar dois anos, pois essa é a
idade em que ela atinge a sua plenitude imunológica e fica menos vulnerável a
infecções. No entanto, se você tiver de trabalhar e não tiver com quem deixar o
seu filho, nada de traumas: faça uma pesquisa e escolha um bom berçário, com
boas instalações e com profissionais nos quais você confie. Em alguns casos, é
melhor ir para uma boa escola do que ficar em casa com alguém sem formação.
É importante não esconder nada.
Explique que ele vai para a escola a partir de um determinado dia, que você vai
levá-lo, vai buscá-lo e que o acompanhará no início. Fale dos novos amiguinhos
que vai fazer, da professora, de como é a escola e o que acontece por lá. Mas é
importante não exagerar, não falar como se ele estivesse indo para um bufê
infantil, para que ele não fique frustrado. Nessas horas, nada como uma boa
conversa.
Para o pai e a mãe ou responsável,
a adaptação começa na escolha da escola. Feita a escolha, a família tem que
conhecer a rotina da escola, frequentar as reuniões que antecedem o início das
aulas e abrir um canal de comunicação com o professor. Além disso, os pais têm
o papel de esclarecer, explicar por que ele está indo para a escola, deixar claro
que ele vai ficar sozinho lá depois de alguns dias. Não crie falsas
expectativas no seu filho. O melhor é dizer a verdade. Explique que você
vai acompanhá-lo por um período, mas que, depois disso, você vai voltar ao
trabalho e ele vai ficar só com a professora e com os coleguinhas.
O tempo mínimo é de um ou dois
dias. O tempo máximo varia de criança para criança, mas, em geral, uma semana
ou dez dias são suficientes. Se após esse tempo o seu filho ainda não estiver
adaptado e continuar exigindo a sua presença, o melhor é conversar com a
coordenação da escola para saber como agir. Talvez seja o caso de pensar em
outra estratégia de adaptação. Uma dica importante: nunca vá embora sem se
despedir do seu filho. Ele pode se sentir traído e inseguro em relação à
escola.
É preciso identificar se não é um
choro manipulador, pois há crianças que fazem uso dessa artimanha para impedir
que os pais as deixem. Muitas vezes, a criança chora ao ver o familiar se
afastando, mas, logo depois, para e começa a brincar com os coleguinhas. Há
momentos em que é importante ir embora sem olhar para trás, para evitar que
essa situação se arraste por mais tempo. Converse com os professores e
coordenadores para decidir como agir em casos como esse. Lembre-se: chorar
um pouco em uma situação como essa é até saudável.
Sim. É normal principalmente
quando o filho ainda é bebê. É claro que, para ou pai ou a mãe, sempre será
difícil deixar um bebê nas mãos de um desconhecido (ou quase desconhecido),
mas, lembre-se, uma hora ou outra, o momento de ir para a escola chegaria. O
melhor é esquecer a culpa, pois a insegurança dos pais é facilmente percebida
pelos filhos. Vá trabalhar feliz e faça com que o tempo que você tem com ele
seja de muita qualidade. No entanto, se achar que está sofrendo mais do que
deveria com essa situação, não hesite em procurar ajuda.
7. Quando a criança passa da Educação
Infantil ao Fundamental, é necessário um período de adaptação?
Sim. Em geral, a própria escola
faz esse ritual de passagem, mostrando às crianças e aos pais as novas salas de
aula, o material que será utilizado e explicando quais serão as novidades que
vêm com essa nova etapa. Se houver uma troca de escola, é importante que os
pais estejam mais disponíveis nos primeiros dias.
Uma mudança de escola é sempre um
pouco mais difícil. Por isso, deve ser muito bem planejada pela família. Se
possível, o ideal é que a criança conheça a escola e os professores ou o
coordenador antes de as aulas começarem. Isso é importante para que ela tenha
referências, saiba a quem recorrer caso tenha dúvidas ou problemas. Além disso,
é fundamental que ela entenda por que essa mudança está ocorrendo. O melhor é
ser transparente. Em casos de crianças mais velhas, os outros alunos da turma
também devem ser preparados para a chegada do novo colega.
Além de acompanhar os primeiros
dias da criança na escola, é importante que a família se envolva, conheça as
instalações da escola, os professores, os coordenadores e os pais dos outros
alunos. Muitas escolas oferecem atividades de adaptação específicas para os
pais (sim, para você também é um período de adaptação). Se for o caso da escola
do seu filho, não perca. É uma excelente oportunidade de conhecer os outros
pais, o que também facilita a integração das crianças. E, quando as aulas
começarem, não bombardeie o seu filho com perguntas. É importante escutar o que
ele tem a dizer e perguntar o que aprendeu, mas nunca pressione por respostas.
A escola é representada pela
figura da professora, que tem um papel fundamental. Ela deve ser duplamente
sensível, para entender os anseios dos adultos e das crianças. O ideal é que atenda individualmente cada aluno durante o período de adaptação.
Os pais podem acompanhar tudo por meio dos relatos delas, que, nesse período
inicial, devem estar mais atentas do que nunca ao comportamento e à alimentação
das crianças.
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