quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Como lidar com a fase das mordidas!

O coleguinha de classe não quis dividir o brinquedo? Nhac! A mãe está grávida de um irmãozinho? Nhac! Ninguém dá a atenção exigida? Nhac!

Mais do que uma reação de raiva, as mordidas dadas pelas crianças pequenas, com até 2 ou 3 anos de idade, são uma forma de comunicação e de expressão de sentimentos. Nessa primeira etapa da vida (fase oral), a criança ainda não domina a linguagem. Então, a forma que ela tem para se expressar, para se comunicar e interagir com os outros é pelos meios físicos, como morder, bater, puxar o cabelo.

A mordida na escola é uma situação constrangedora para todos os envolvidos. Os pais da criança mordedora sentem-se muito mal, ficam envergonhados, os pais da criança agredida ficam chateados com o machucado do filho e sentem-se culpados por deixarem a criança na escola. Já a escola, por sua vez, tem a difícil tarefa de mediar as relações entre as crianças e seus familiares, a fim de amenizar os sentimentos negativos da situação.

A solução é criar situações para estabelecer os limites dentro da mesma, mostrando para as crianças que devem respeitar os amigos, tratá-los bem, com carinho e mostrar que a criança machucada fica triste, que chora por ter sentido dor.

Aos poucos, as crianças vão apreendendo esses conceitos e descobrindo outras formas de sentir prazer.

Lembrando que o papel do adulto é transformar a atitude corporal em uma atitude mediada pela linguagem. Esse é um grande objetivo da educação, tanto na escola quanto em casa.

Como as crianças aprendem a morder?

As crianças não nascem sabendo dar mordidas, assim como não nascem sabendo dar tapas ou puxar o cabelo. Quem ensina as crianças a morder, beliscar ou a bater são os próprios adultos e as crianças mais velhas, conforme explica Marilene Proença, membro da diretoria da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee) e professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. "Essas ações se aprendem na relação com outras crianças, com os adultos. Os adultos têm esse tipo de brincadeira, dizendo "vou morder você, vou apertar sua bochechinha". A criança assiste a essas formas de comunicação e a partir daí vai usando esses meios para se comunicar também" diz Marilene.

Há casos em que a mordida pode ser sinal de que a criança está com problemas?

"Apesar de, na maioria das vezes, a mordida fazer parte do desenvolvimento natural da criança, em alguns casos, este comportamento pode sinalizar um problema de ordem emocional", diz Rosana Ziemniak, coordenadora de Educação Infantil do Colégio Magister, de São Paulo. "Se estas mordidas passam a ser frequentes, a criança pode estar insatisfeita, ansiosa, com sentimento de rejeição ou tentar chamar a atenção através da agressividade. Quando isso acontece, a família e a escola precisam acompanhar de perto e com atenção para descobrir as possíveis causas e dependendo do caso, é importante buscar a ajuda de um psicólogo", explica ela, acrescentando, porém, que os casos de ordem emocional não são em si a maioria.


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